Quinta-feira, 24 de Agosto de 2006
Peço ao rio
que não acorde a madrugada
que esta dormindo
A madrugada agora esta provando a agua que os homens bebem
E ela se esta enamorando do rio que habita a paisagem que pintamos de solidão
Peço ao rio que não acorde a canção em cada ser e que leve a madrugada ao
cansaço de cada homem.
Peço ao rio
que não acorde a madrugada que esta dormindo.
Ela agora esta saboreando
o doce de cada fruto
e com os olhos se desenha a paisagem que o amor nos inspira.
Peço ao rio que não acorde a paz que há em cada elemento
e que a agua atravesse o coração de quem contemple .
Peço ao rio que nao acorde a madrugada que esta dormindo.
escrito em bolognano
23 08 06
lobo
Quarta-feira, 23 de Agosto de 2006
Tinha um grande amor e os homens me disseram que eu tinha a petala de uma flor nos meus dedos ensaguentados.
Tinha um grande amor e os marinheiros no cais queriam saber se nao era o mar aquele que morava na cova vazia dos meus olhos
Tinha um grande amor e os homens me disseram que o fio azul no ceu me transformava naquele passaro que me fazia morrer de amores pela solidao da terra.
Tinha um grande amor e tu pensavas que era dificil de encontrar mesmo olhando dentro dos meus olhos perdidos
Tinha um grande amor e os homens me disseram que eu tinha a petala de uma flor mutilada nos cabelos
Tinha um grande amor e o sol me disse que a paixao era a noite ou que talvez fosse a ausencia que existia entre os meus dedos.
Tinha um grande amor
escrito em rimini no dia 21 de Agosto 06
lobo
A pedra bebeu a lama da terra
e se fez arvore
e quando a arvore bateu os ramos se transformou em pássaro e com a cor azul do céu
fez os teus olhos profundos e infinitos como os olhos de um recem nascido.
S Arcanjolo 21- 08- 06 lobo
Sábado, 19 de Agosto de 2006
Bicicletas que andam sobre a agua
Nossda igreja do mundo
senhor das ruas
dos cinemas
do vinho fresco e das flores que se abrem como as maquinas fotográficas da nossa memoria
escrito em rimini 18 08 06 lobo
o Senhor
Terça-feira, 15 de Agosto de 2006
De toda esta paisagem
eu faria verdejantes os teus olhos
Aqui o milagre se renova
no abrir de cada flor
no cicatrizar de cada ferida
no saborear do pao
a oraçao que o silencio faz dentro de cada nuvem
dentro de cada um
na nossa infinita liberdade
na nossa infinita paz
lobo 06
escrito no refugio ferraro vale da aosta italia
Segunda-feira, 14 de Agosto de 2006
se me procuras
eu estou atras do sol
e se nao me
Domingo, 13 de Agosto de 2006
Olho dentro dos teus olhos e vejo a rua
e a rua que eu vejo è nua como o amanhecer
mas depois de ouvir alguem cantar
eu percebo que sou grande por te conhecer.
Tambem o teu corpo soa
aquela musica da criaçao
hoje nasceu a menina
que è montanha e è cançao
olho dentro dos teus olhos
e vejo a rua
e a rua que eu vejo è esta liberdade
que me trazes
como quem me traz flores.
para a claudia como prenda de anos do seu tio
lobo 06
Sábado, 12 de Agosto de 2006
As lágrimas do velho vagabundo são como migalhas de pão espalhadas pela estrada à espera de um coração com fome de amor e musica para a solidão .
Encontrei a cidade
pessoas tocaram a fragilidade do meu corpo, uma voz estrangeira mas nao estranha me falou da paisagem guardada nos olhos para aliviar a dor e a indiferença
As lágrimas não moram nos olhos.
Não há sorriso
não há expressão
è melhor não sentir que a noite è a única que percebe a condição dos marginais e dos pássaros abandonados pelo rio
Encontrei cidade e todo o céu azul eram os teus olhos com todas as cores.
Onde estiver uma seara terei inspiração para uma canção .
Tentarei a canção mais forte e o poema mais simples para que seja possível a lua contemplar os que ficam deitados sobre a estrada.
As lágrimas do velho vagabundo vão cair como folhas de arvore
Se precisares de sombra
se precisares de pão
se precisares de agua eu te darei tudo isto em troca de palavras difíceis .
encontrei a cidade
as pessoas pareciam cavalos a galopar
mas encontrei um rapaz com paisagem que falava um pouco a minha musica e a minha liberdade.
onde estiver uma seara terei inspiração para uma canção .
lobo 06
Agora que me visto e que me ponho sol
agora que me sinto rio e me finjo de nuvem
Agora que me ouves e que te oiço e que o coração tem agua tão profunda
como se fosse um poço.
Agora que me sinto perdido e sou mesmo assim o sentido de ser o irmão de todo o universo.
Agora que me visto e que me ponho sol
agora que pões batom nos lábios e lês os livros sábios para não chorares de solidão
Agora que me ouves e te oiço e que as palavras não são nada depois de se dormir.
Agora que nos sentimos tão de perto e caminhamos longe como se a vida fosse outro projecto outra direcção .
Agora que estamos e somos o que sentimos e o que criamos.
Agora que nos damos quando não temos nada
agora que a nossa liberdade é um grão pequeno e o amor é tão grande numa mão fechada
Agora que me visto e que me ponho sol
agora que sorris e que choras e que tocas acordeão para imitar a primavera
Agora que bebes o vinho e cheiras a roupa dos poetas
Agora que me sentes e que me sinto
agora que o corpo me cansa e a lua me abandona
Agora que tu estás e nós seguimos de viagem
Agora que nos abraçamos quando as palavras não são nada
Agora que nos sentimos e temos confiança
havemos de ter o mar para nos guardar
Agora que este verso não rima e eu te o dedico como se fosse mel
Agora que me deslumbras mesmo sem luz
Agora que somos natureza e somos nus
Agora que me visto e que me ponho sol
Agora que me sinto rio e me finjo de nuvem
Agora que não ha perfume e que os olhos são suaves
Agora que este verso não rima e tu escreves na alma como se nao houvesse tempo nem agua para humedeceres os olhos.
Agora que o rio caminha nos homens como o Deus agua no deserto dos olhos
Agora que estamos perto e caminhamos longe
agora que nos damos e não temos nada e que mesmo assim possuímos o tesouro de ter um coração a bater
Agora que me visto e que me ponho sol
Agora que me sinto rio e beijo o teu rosto de nuvem
me sinto abençoado como os pássaros que zelam as arvores.
Agora que me visto e te espero como se fosse a noite sem segredos
Agora que tenho medo da solidao e desespero de ter sede de beber amigos
Agora que estou contigo e somos sem compromisso e sem lei
Agora que os meus olhos te querem e te choram
Agora que estamos amigos e que nos vestimos de sol se a noite nos abandonar.
Agora que nos deslumbramos mesmo sem luz.
escrito em canhos de meca e dedicado a claudia
lobo 06